Situações tristes.

Ontem. 
Ontem foi um dia um tanto stressante e desapontante. Saio de manhã para ir à parte traseira da casa e dou de caras com um gato no fundo das escadas da zona inferior da casa. Começo por chamar e nada, vou-me aproximando fazendo barulho e nada. Toco levemente... tive mais que resposta suficiente para perceber o stress. Impossível chegar perto. Demasiado desequilíbrio. Possibilidade de atropelamento ou mesmo envenenamento. Plus, não conseguia sair dali, subir as escadas era-lhe tarefa impossível.
Donos? Existirão? Procuram-se naquela esperança vã de que não seja só mais um gato de colónia que aí anda, que uns alimentam mas que dizem não ter nada com eles. 
Nada. Uma senhora diz ter visto o animal há dois dias e já se encontrava naquele estado. Great...
Pede-se ajuda à associação mais próxima, sendo gato que não conheço, fico sempre com aquele receio de piorar a situação. De tarde, com mais calma e ajuda da associação do outro lado, chega a altura de tentar apanhar. Preparei a transportadora dos meus, procurei uma pequena mantinha para proteger as mãos e toca ao serviço. Com cuidado e após algum tempo consegue-se atingir o objectivo.
E agora? Ajudou mais uma vez a associação, apelando e arranjando alguém que pudesse ir ter comigo, levando de seguida a pequena (acabei por pensar ser uma gata visto ser tricolor) à veterinária ligada à associação, e que já estava previamente avisada do sucedido.
A veterinária mal viu a gata dentro da transportadora, abanando a cabeça continuamente, ficou logo de olhar desconfiado. Dentro da sala veio-se a revelar o pior. Contei tudo o que sabia e podia. A veterinária retira um termómetro, arranja uma toalha para que se possa tapá-la e não stressá-la mais. Mas eis que, quando se levanta a cauda para medir a temperatura, o cenário mudou e só uma decisão restou. 
Adeus pequena. 
O cenário que tínhamos à nossa frente não deixou margens para dúvidas. A veterinária dizia que já não via uma situação tão má há bastante tempo. Que as dores deviam ser horríveis. Fiquei com um aperto tão grande. A quantidade de larvas deu para perceber que a pobre estava a ser comida viva por dentro e que, muito provavelmente, todos os sintomas que demonstrava eram devido a consequência do que víamos.
Pediu-me que esperasse lá fora, iria eutanasiá-la e levar-me-ia a transportadora no fim.
Por esta altura a minha revolta já era tão grande, que já parte saía devido ao meu nervosismo. Uma palavra. Injusto. Dois dias que já andava assim e ninguém fez nada. Colónias que se formam, gatinhos que morrem atropelados constantemente e ficam a ver. O revoltante é que estes grupos começaram com o gato(a) de ALGUÉM. Esse alguém não teve interesse em proteger o seu próprio animal, em prevenir que se reproduzisse. Esse alguém não quis saber se nasciam gatinhos, não se preocupou em arranjar donos. "Não eram dele, só a gata(o) o é". Mas alimentam-nos à mesma! Não são de ninguém mas são sempre alimentados. Estão sempre por aquela área. 
Vivendo onde vivo, desde que me lembro de cá viver, muita gente tinha um gato. Muitos familiares traziam um gato para aquela pessoa que estava sozinha e afins. Mas agora, o problema existente não é culpa de ninguém! Quem os tem não quis saber e prevenir-se e deixava-os andar. Que fornicassem à vontade! Que parissem à vontade! Que andassem à luta à vontade! Que fossem atropelados à vontade! Só tenho aquele animal, o resto que dali nascer não é responsabilidade minha! 
Idiotas! Otários! Para que raio querem um animal se depois não se responsabilizam pelas coisas que acontecem?! Porque raio não têm tomates quando alguém vos pergunta se não é vosso?! Nunca é de ninguém. A culpa nunca é de ninguém. 
Se ao menos vocês soubessem o que dói ver um animal naquele estado, assumir uma responsabilidade que devia ser de outro, pois tudo foi fruto de consequências vossas. Ter aquela esperança mínima que algo possa ser feito e que possa ter uma segunda oportunidade, ou mesmo uma primeira, como muitos procuram diariamente. E no fim, ir tudo por água abaixo...
Não. Ter um animal não é só alimentá-lo. Ser generoso não é alimentar um animal que "não é vosso" mas que vocês bem sabem que a culpa sim. Ter um animal é amá-lo, tratá-lo, protegê-lo. É uma parte da família. Todos estes grupos podiam ter sido evitados se tivessem tido a responsabilidade pelo vosso animal. Não admira que depois haja doenças dentro do círculo, que já não seja seguro para alguns outros animais. Gostava de ver se fossem pessoas...
Mas claro, a culpa não é de ninguém...

Agradeço imenso e do fundo do coração estas três personagens importantíssimas neste dia, foram a maior ajuda que pude ter, os mais generosos que apareceram. E a nova estrelinha que surgiu, que brilhe para todos os que ajudam e precisam de ajuda. A vida às vezes é mesmo injusta.

Coisas da cozinha.

A Vaqueiro estava a preparar um desafio e lá fui eu meter-me. "Bolos". O que fui eu fazer? Um bolo húmido de canela e cacau. Gosto bastante do toque de canela, lembra-me um bolo que costumo comprar aquando da Romaria aqui em Viana. Só para curiosidade, vou deixar-vos a receita que fiz.



Ingredientes:

- 1 copo de farinha
- meio copo de açúcar
- 5 ovos
- 6 colheres de sopa de Vaqueiro líquida
- 1 colher de sopa de canela
- 1 colher de sopa de cacau
- 1 colher de chá de fermento

para a cobertura:
- 100gr de chocolate de culinária em tablete
- Vaqueiro líquida q.b.
- leite q.b.


Preparação:
Separar as gemas das claras.
Misturar as gemas com o açúcar, farinha, fermento, canela e cacau até obter uma mistura homogénea.
Bater as claras à parte e adicionar ao preparado anterior. Misturar tudo no sentido de baixo para cima, calmamente.
Colocar o preparado numa forma untada com manteiga e um pouco de farinha e levar ao forno a 180º.
Deixar aproximadamente 25min.

Para a cobertura:
Derreter o chocolate em banho-maria, adicionar manteiga e leite a gosto. Misturar tudo, deixar arrefecer um bocado e deitar por cima do bolo.
Colocar mais alguma forma de enfeite se desejar, como açúcar em pó.

Se alguém quiser experimentar como eu fiz, espero que goste do resultado!